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Ressurreição

Pousou-me a mão, grande pena que caíra do pássaro mítico, ressurgido das cinzas para escrever alegrias. Tenho o coração brando e o sorriso leve, no íntimo carrego grandes súplicas de perdão; não são, como outrora, devotamentos pesados, mas súplicas laureadas por sentimentos de contentamento e gratidão. Desfazendo-me das quimeras alegóricas e literárias, venho dizer sobre certo tipo de cura, não total, mas estável, ainda que carregada pelas impressões do passado. Correndo o risco de discorrer parágrafos lamechados, eis aqui a força motriz que nos salva a todos: se o medo da danação eterna não vence o desequilíbrio, não nos motiva vitória, nos resta o amor àqueles que compartilham nossa jornada. Sei que em tempos de desapego, de egoísmos transfigurados, defendidos em falso estandarte de liberdade, essa palavra, amor, não está em voga. No entanto, ela me foi dolorosamente lapidada.
Não farei aqui, entretanto, um discurso ingênuo, é necessária ajuda específica. Precisamos encarar o problema como ele é: patológico. Definitivamente, não se trata de fraqueza ou tantos outros adjetivos pejorativos que comumente são atribuídos a transtornos de ordem psicológica.
Sejam pacientes: consigo, com outro, a quem precise. Não tenham preconceitos, tratem-se.
Sou o que sou, e está tudo bem.
Deixo aqui meu mais sincero agradecimento aos que estiveram e estão ao meu lado.