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O Divino

 

No início, o que havia era o belo. Não havia medo algum, ou dor. Em seu lugar, ruborizava a alma um pulsante encantamento por cada cenário descortinado no grande palco em que caíra. Permaneceram-me, por décadas, latente, as primeiras impressões, sensações primárias de maravilhamento. O vislumbre pelo todo e o vislumbre pelo detalhe. Singular, comum, pequenino, grandioso.
Não nos parece natural, aqui, neste lugar, que a divindade permaneça dentro de si por tanto. Não nos parece; porém, que o perverso é a sua corrupção.
No início, o que havia era o puro. A pureza, no entanto, era maculada pelas dores de sua queda.